Veolia Water Technologies & Solutions

A osmose reversa faz o tratamento de PFAS?

John Peichel
| 21 de março de 2023 |
PFAS
EPA
regulamentos

Poluentes potencialmente nocivos chamados PFAS estão em quase todos os lugares, de produtos do dia a dia, como embalagens de fast food e garrafas plásticas ao abastecimento de água. Os PFAS, de fato, são os principais contaminantes de água desde os anos 2010.

 À medida que as pesquisas científicas revelam mais sobre os efeitos dos PFAS na saúde e no meio ambiente, se torna mais urgente tratar as substâncias com o uso de métodos como osmose reversa e carbono ativado.

 

 O que são PFAS?

Substâncias perfluoralquil e polifluoralquil (PFAS) são uma ampla variedade de moléculas orgânicas criadas pelo homem, contendo uma cadeia curta ou longa de átomos de carbono. Estima-se que haja mais de 5.000 tipos de PFAS. Devido à resistência ao calor, à água e à gordura, essas substâncias costumam ser utilizadas em muitos produtos, como panelas, protetores de tapetes e espumas de combate a incêndios. Essas propriedades fazem com que os PFAS se decomponham com extrema lentidão, e, por isso, são conhecidos como "produtos químicos eternos".

 Os PFAS também persistem na água. A exposição a alguns PFAS no ambiente pode ser associada a efeitos nocivos à saúde em seres humanos e em animais. (USEPA, 2022). Para mitigar esses efeitos negativos, devemos filtrá-los da água, incluindo efluentes que podem terminar se convertendo em água potável.

Em novembro de 2022, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) publicou um estudo que descrevia o primeiro ano de seu roteiro estratégico para proteção contra a contaminação por PFAS. Existem muitas tecnologias que as cidades e os fornecedores de água podem empregar para tratar os PFAS e minimizar os riscos futuros.

 

O que é osmose reversa?

As paredes celulares humanas agem como uma membrana que permite que a água circule pelo nosso corpo e limita o movimento de sais. Essa osmose natural é crucial para o funcionamento do nosso corpo.

A osmose reversa é um processo de separação que utiliza uma membrana polimética de película fina e sintética especificamente desenvolvida para permitir a passagem da água.

 

Como funcionam os sistemas de OR para tratar os PFAS na água?

O bombeamento de água através da membrana permite que a filtragem seja mais rápida, mas continua impedindo que corpos pequenos, como PFAS, atravessem as membranas.

O elemento de osmose reversa se introduz no sistema que trata uma fonte de água com PFAS e os filtra para gerear um permeado. Todos os sais e PFAS rejeitados se concentram em um fluxo de rejeito, cuja denominação costuma ser concentrado. Segundo a EPA, a separação por osmose reversa gera até 99% de efetividade na remoção de certos PFAS.

Pense que é similar a manter insetos fora de casa com o uso de uma tela de janela. Bichos pequenos conseguem atravessar as fibras da tela, mas os insetos maiores ficam para fora e a tela filtra o ar. As aberturas nas membranas de osmose reversa são microscópicas. Não é possível vê-las e mesmo os PFAS são muito grandes para atravessá-las, logo, não há nem acúmulo com o tempo, nem problemas de obstrução. Eles continuam a ser enviados para o concentrado e a membrana mantém a eficiência do primeiro dia mesmo um ano depois.

 

Qual é a diferença entre a OR e o carbono no tratamento de PFAS?

Se você comprou uma geladeira nos últimos 15 anos, possivelmente conhece o carbono ativado. O carbono ativado tem propriedades de absorção que fazem dele um material muito efetivo na remoção de elementos como cloro, orgânicos, sabores e odores. Os filtros de carbono são utilizados para eliminar esses elementos não tóxicos do fornecimento de água local para gerar água e gelo de melhor sabor.

Os filtros de carbono, ao contrário das membranas de osmose reversa, não produzem um concentrado. Em vez disso, os PFAS são absorvidos e ficam presos no filtro de carbono, que precisa ser substituído periodicamente. Maiores níveis de PFAS implicam que o carbono precisará ser substituído com mais frequência. A osmose reversa, por sua vez, não será condicionada por esses níveis e filtrará os PFAS apesar de tudo. A qualidade da água que provém do tratamento com carbono ou do tratamento com osmose reversa é comparável - a EPA indica que a filtragem por carbono tem uma eficácia de 88-99% no tratamento de determinados PFAS.

Em ambientes industriais nos quais efluentes são tratados, a escolha de osmose reversa em vez de carbono ocorre porque ela trata uma ampla variedade de PFAS e não precisa da mesma frequência de substituição do carbono.

 

Como a Veolia pode ajudá-lo?

Em primeiro lugar, a forma mais econômica para tratar os PFAS é não deixá-los se aproximar. As organizações industriais podem evitar que eles entrem em seus efluentes e se desloquem ao longo do processo de água até a água potável dessa comunidade. Saiba mais sobre as soluções de osmose reversa da Veolia para tratamento de água e processos.

Se você trabalhar para uma indústria de grande porte ou para uma empresa industrial de efluentes municipais e tiver interesse no tratamento de PFAS na água potável ou nos efluentes, entre em contato com um dos nossos especialistas para obter mais informações.

Se for proprietário de uma casa, é importante que você conheça a fonte e a qualidade da sua água potável e que saiba que mesmo níveis baixos de PFAS podem estar presentes na sua água potável. Se você dispuser de um poço privado em vez de sistema público, pode considerar a possibilidade de testar PFAS periodicamente para avaliação. Para obter mais proteção, é possível instalar um sistema de filtragem por carbono ou osmose reversa para a água potável e a utilizada para cozinhar. Muitos provedores locais de água e grandes armazéns vendem sistemas de carbono e de osmose reversa, e podem recomendar um encanador para instalá-los. Saiba mais sobre PFAS com as últimas informações da EPA.

Sobre o autor

John Peichel

Desenvolvedor de mercado global

John Peichel é desenvolvedor de mercado global na Veolia Water Technologies & Solutions, a divisão de tratamento de água industrial do Grupo mundial Veolia. Com mais de 30 anos de experiência no tratamento de água industrial, com especialização em membranas OR/NF e tecnologias relacionadas, John tem experiência em Aplicações, Engenharia, Gestão de Produto e P&D. Recentemente, o foco dele se voltou ao desenvolvimento de soluções de tratamento de PFAS tanto com tecnologias estabelecidas quanto emergentes.