Veolia Water Technologies & Solutions

Água tratada para hospitais no Quênia e na Tanzânia: enfrentando a desigualdade por meio de alianças e de tecnologia

Mark Knight e Philippe de Susanne
| 19 de abril de 2023 |
sustentabilidade
SDG
Desigualdade
água
Quênia

Muitas comunidades no mundo já encontram dificuldades no acesso confiável a fontes de água tratada. Durante a pandemia, o acesso ficou ainda mais complicado e criou uma enorme divisão entre pessoas com e sem recursos.

Os históricos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas tratam da igualdade em relação a muitas das necessidades da vida — como trabalho decente ou acesso à água potável e saneamento — e, mesmo com os grandes avanços ocorridos, não tem sido fácil criar mais igualdade no acesso às necessidades básicas. Projetos para melhorar as condições locais são fundamentais para corrigir essa desigualdade, e só podem se concretizar por meio de alianças e de uso da tecnologia.

O governo da Alemanha esteve à frente de um projeto desse tipo, para melhorar o abastecimento e a qualidade da água no Quênia e na Tanzânia, países nos quais ao menos um terço dos habitantes vive em condições de extrema pobreza (com menos de US$ 1,90 por dia). A German Investment Corporation se propôs a fornecer um milhão de litros de água tratada por dia a 28 hospitais e clínicas e, para isso, convocou a Veolia Water Technologies & Solutions para assumir parte da missão. Os resultados demonstram a rapidez pela qual é possível avançar se os parceiros e os objetivos forem adequados.

As necessidades básicas estão interconectadas

A pandemia não foi o único acontecimento a gerar um aumento da necessidade de água tratada. Várias gerações de conflitos políticos ou de fenômenos metereológicos extremos criaram obstáculos intransponíveis para alcançar a sustentabilidade em regiões e países inteiros. A intensificação das mudanças climáticas, por exemplo, causa secas em algumas áreas e fenômenos climáticos extremos em outros — e ambas as situações ameaçam o acesso à água e a alimentos.

Ao mesmo tempo, o aumento da população mundial também intensifica a demanda por água e comida nas regiões do planeta. Esses fatores estão entre os principais motivos pelos quais os ODS pretendem alcançar a igualdade na cobertura das necessidades mais básicas. Sete dos 17 ODS da ONU abordam diretamente a criação de maior igualdade e a redução das desigualdades atuais:

  • Erradicação da pobreza
  • Fome zero
  • Saúde e bem-estar
  • Educação de qualidade
  • Igualdade de gênero
  • Água potável e saneamento
  • Redução das desigualdades

Um relatório do Brookings que analisa as formas pelas quais as autoridades dos EUA podem fomentar os ODS para alcançar a igualdade e a sustentabilidade mencionou de que modo a pandemia e a insatisfação social de 2020 deram ainda mais força à natureza interconectada dos diversos desafios que enfrentamos.

Ainda que a pandemia de COVID-19 tenha sido, principalmente, um problema sanitário, logo essa questão começou a se entrelaçar profundamente em quase todas as demais facetas da nossa vida. A rede de problemas e mudanças que se sucederam demonstra porque é crucial que alianças e conexões entre os governos e os setores da indústria sejam um dos principais fatores de sucesso dos ODS.

Necessidade de água mais limpa nos hospitais do Quênia

Esse tipo de resolução de problemas interrelacionados é o que marcou uma grande diferença entre o Quênia e a Tanzânia. Para ajudar as comunidades que não dispunham de um abastecimento de água estável e recebiam água de qualidade variável, o governo da Alemanha se associou com a WaterKiosk Ltd. e com a Boreal Light para fornecer água tratada todos os dias.

O projeto se concentrou em fornecer água tratada a estações novas e descentralizadas que também fazem parte de um dos maiores projetos de dessalinização de água movidos por energia solar na África, exigindo tecnologia confiável que minimiza a necessidade de manutenção. A Veolia foi escolhida para que fornecesse elementos de osmose reversa da série AG para tratar o permeato de água no Coast General Hospital e no Mombasa Hospital, perto da costa de Mombasa, no Quênia.

A tecnologia reduziu o teor de vírus e bactérias da água, o que permitiu que os sistemas de osmose reversa movidos à energia solar fornecessem água tratada e higiênica aos hospitais que dela precisavam e evitou que millhares de pessoas contraíssem enfermidades potencialmente graves.

Nosso trabalho na África é um aporte pequeno, mas vital, na busca pela concretização dos ODS. Isso adquire ainda mais relevância porque aborda diretamente o problema de desigualdade e dá uma resposta imediata a uma necessidade do momento. Grande parte do trabalho que realizamos na Veolia todos os dias contribui para um futuro mais sustentável — e quando também contribui com a igualdade, nossos esforços amplificam os resultados para todos.

Sobre o autor

Mark Knight e Philippe de Susanne

Mark Knight é especialista em meio ambiente e sustentabilidade com mais de 15 anos de experiência nos setores de Água e Energia. Mark atualmente é líder de ESG e Sustentabilidade Global na Veolia Water Technologies & Solutions. Antes da Veolia, ele foi engenheiro sênior em Excelência Ambiental e Sustentabilidade na Suncor Energy. Mark já publicou, apresentou e ganhou prêmios em vários tópicos, incluindo tratamento de água industrial, sustentabilidade e ESG, biotecnologia, soluções digitais e bioética. Ele também é extremamente ativo em organizações, incluindo a Water Environment Federation (WEF), a International Water Association (IWA) e a Capitals Coalition. Ele é também membro do conselho da Ecologos/WaterDocs. Mark tem mestrado em Gestão e Ciência Aplicada ao Meio Ambiente e é bacharel em Química e Bioengenharia. Ele é engenheiro profissional (P.Eng.) em Ontário, no Canadá.

Philippe de Susanne é especialista global em Sustentabilidade Ambiental, com mais de dez anos de experiência, e atualmente líder ambiental regional na Veolia Water Technologies & Solutions, promovendo desempenho ambiental, reduções na emissão de gases do efeito estufa (GEE) e conformidade regulatória.

Philippe deu início à carreira em países do Caribe e da África Ocidental, liderando projetos para fortalecer a capacidade de resposta e prontidão a vazamentos de petróleo. Ele ingressou, então, na equipe central da BP Upstream no Reino Unido, onde coordenou a implementação de novas normas de prontidão a vazamentos de petróleo depois do incidente da Deepwater Horizon. Philippe também esteve à frente da equipe de Conformidade Regulatória e Meio Ambiente da BP Angola, na qual ele realizou grandes iniciativas de redução de gases do efeito estufa (GEE).

Philippe e a esposa, Claire, moram em Lyon, França, com as filhas de 14 e 11 anos de idade. No tempo livre, Philippe gosta de praticar todos os tipos de atividade ao ar livre nos Alpes, tocar guitarra e fazer tarefas de bricolagem.